visões surreais


das noitas mal dormidas em
kitnets sem ventilador
sem porra nenhuma
pra comer
das noites de lua cheia
correndo com a matilha de lobos pelo deserto da cidade
em meio aos comércios e arranha-céus
guiados pelas janelas
iluminados pela luz pálida do neon
de bares de beira de estrada
com os pensamentos longe da crise
ou dos boletos acumulados
mas fudendo garçonetes
em cima da mesa de sinuca
entre as paredes sombrias que ecoavam guitarras distorcidas
urrando poemas anêmicos para ratos
e baratas carnívoras
tão inexplicável quanto flores selvagens
que nascem em meio às pedras